SALMO 80: CLAMANDO POR RESTAURAÇÃO
– Pr Elias Vieira --
Hoje, minha reflexão é sobre o
Salmo 80 que começa invocando o “Pastor de Israel”. Na condição de ovelhas dispersas,
incapazes de encontrar o caminho de volta pra casa, o orante clama:
“Restaura-nos, ó Deus” (vv. 3, 7, 19). Vejo aqui o delicado ministério do
glorioso Espírito Santo, dia e noite atuando para nos convencer do pecado, da
justiça e do juízo.
Cada vez que peco, desvio. E a
cada desvio, uma obra de restauração é acionada como parte do cuidado amoroso
de nosso Bom Pastor (Salmo 23:3).
1-3 Escuta-nos,
Pastor de Israel, tu, que conduzes a José como a um rebanho; tu, que tens o teu
trono sobre os querubins, manifesta o teu esplendor diante de Efraim,
Benjamim e Manassés. Desperta o teu poder, e vem salvar-nos!
Descreve uma crise muito grave, e, ao mesmo tempo relembra a felicidade
no passado.
“Mostra o teu esplendor”. Ficar
sem o “resplendor divino” é perder totalmente a referência da presença de Deus
que nos direciona e ilumina o caminho. Isso explica o tom exasperado do clamor.
Parei para imaginar este quadro e
vi como é terrível a sensação quando a consciência desperta para as dimensões
da perda de uma posição privilegiada. Quando a fatura do pecado chegou o autor
deste salmo fez uma comparação: Efraim, Benjamim, e Manassés foram as tribos
cujas bandeiras/batalhões seguiam imediatamente atrás da Arca que era uma
figura de Cristo (Números 10:22-24). Que honra! Que privilégio!
Quando nos distanciamos de Deus
seguindo nossas próprias escolhas, perdemos a nossa posição estratégica e
privilegiada (Efésios 1:18 a 21). E, quando nos damos conta dessa perda a dor
que sentimos é proporcional ao prejuízo espiritual, ministerial, emocional e
psicológico. É algo tão chocante que jamais deveríamos permitir que
acontecesse. (Lamentações 5.1)
Implorando por uma nova chance. Nem
tudo está perdido.
4- Restaura-nos, ó Deus! Faze resplandecer sobre nós o
teu rosto, para que sejamos salvos.
A partir do verso 12 em diante,
os fiéis ficam abismados: por que Deus entregou à pilhagem e ao fogo a vinha,
ou seja, Israel, que Ele trouxe do Egito e plantou com tanto carinho?
O Senhor responde a essa
pergunta, em Isaías 5:4, com outra pergunta: “Que mais se podia fazer ainda à
minha vinha, que eu lhe não tenha feito? E como, esperando eu que desse uvas
boas veio a produzir uvas bravas?”.
Ainda bem que, ao contrário da
videira infrutífera em que Israel se tornou, o bom Agricultor nos transformou em
ramos da Videira verdadeira, plantados pelo Senhor para Sua glória (Salmo
92:13; Isaías 60:21).
16 - Toma conta desta videira, da raiz que a tua mão
direita plantou, do filho que para ti fizeste crescer!
17 - Tua videira
foi derrubada; como lixo, foi consumida pelo fogo. Pela tua repreensão perece o teu povo!
Que fique bem claro: Deus não tem compromisso com o
erro.
18 - Repouse a
tua mão sobre aquele que puseste à tua mão direita, o filho do homem que para
ti fizeste crescer.
19 - Então não nos
desviaremos de ti; vivifica-nos, e invocaremos o teu nome.
Ao invés de cânticos de louvor pela vitória alcançada,
prometem fidelidade e perseverança.
20 - Restaura-nos,
ó Senhor, Deus dos Exércitos; faze resplandecer sobre nós o teu rosto, para que
sejamos salvos.
Assim como os utensílios de prata exigem cuidado
permanente para que estejam brilhando ao serem usados, também a vida do cristão
exige um constante e obsessivo polimento para que a glória do Senhor não seja
ofuscada.
Com que intensidade temos buscado refletir o resplendor
da glória do Eterno em nossa vida?