sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Lições do capítulo 15 de Lucas


Em rápido passeio pelo capítulo 15 do Evangelho segundo Lucas neste feriadão de 12 de Outubro de 2012, encontro as parábolas da Ovelha Perdida, da Dracma Perdida e do Filho Perdido. 



1. Na parábola da Ovelha Perdida (capítulo 15:1-7) Jesus fala sobre a missão do pastor que sabe discernir o propósito de Deus priorizando a salvação, o resgate da ovelha que saiu do caminho, deixou o aprisco, se perdeu. É um animal do rebanho que se perde. Mas, não é um animal qualquer. É símbolo do ser humano, rebanho do Senhor.

A atitude do pastor é um contraste, se comparada com a atitude dos pastores de nosso tempo. Enquanto o primeiro deixa tudo e parte em busca da ovelha desviada, impulsionado pela compaixão, o que vemos hoje é o ativismo em busca da manutenção do próprio conforto. Aquele, deixa tudo e vai enfrentar as intempéries do tempo e do mundo para resgatar a única ovelha perdida. Porque 1,00% de prejuízo espiritual na igreja para ele era prejuízo demais.

Do ponto de vista de Deus, esse pastor cumpriu a sua missão com galhardia, a ponto de, com esta atitude compassiva, ter motivado uma festa no Céu.

Como pastores, onde têm sido nossas festas? No céu ou na terra?
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2. Na Parábola da Dracma Perdida (capítulo 15.8-10) a perda é uma moeda. Servia para o pagamento de um dia de serviço. Também é símbolo de valor. Aqui, quem sai em busca da moeda perdida é a dona da casa.

A atitude dessa senhora segue um roteiro: acende a luz, varre a casa e se esforça numa procura intensa até encontrar a moeda. Quantos valores nós temos perdido dentro de casa? Quantos prejuízos são amargados? Princípios da Palavra de Deus que devem reger a vida cristã que não estão sendo mais observados como antes? Esses valores precisam ser urgentemente resgatados.

Deus tem todo interesse em Restaurar os valores dele e do Seu Reino em nossa casa. Mas, essa restauração impõe certas providências que o titular da casa deve adotar.

O versículo 8 enumera as providências para que os valores do Lar sejam restaurados: 1. Acender a luz -- ligar a chave da Palavra (Salmo 119:105): "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra; Luz para o meu caminho". 2.  Varrer a casa -- a limpeza da casa espiritual é uma tarefa diária e permanente. (Mateus 5.8; 23:25; João 3.10; 15.3; Hebreus 10.22 - "Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciencia, e o corpo lavado com água limpa". 3. Procurar com diligência até achar. É a lição da perseverança. 

O versículo 9 mostra o resultado do resgate dos valores do Lar: alegria e testemunho. "Alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma perdida". Uma vitória conquistada dentro de casa traz autoridade moral para evangelizar "amigas e vizinhas". Aquelas pessoas que muitas vezes ficam escandalizadas pela desarrumação da nossa casa por saberem que nos identificamos como crentes. Conhecem a nossa vida familiar, sabem que as coisas não vão bem e, até alegam essa desarrumação nossa para não aceitarem o convite para irem a um culto. Mas, quando nossos valores internos, pessoais e familiares, são restaurados, levantamos a cabeça e partimos para o evangelismo, e sentimos que está na hora de fazermos um culto no lar, chamando amigos e vizinhos para constatarem a transformação ocorrida. Sem cumprir cada etapa dessa busca nosso testemunho é frágil e comprometedor.

A missão do pastor que reencontrou a ovelha desviada promoveu uma "festa no céu", enquanto aqui, ao reencontrar os seus valores dentro do Lar, a mulher também promove "alegria diante dos anjos de Deus" (v. 10)
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3. Na Parábola do Filho Pródigo [esbanjador] registrada neste capítulo 15.11-32 a perda é dramática. O filho mais novo se perde no mundo. Observe que os lugares em que se deve dar nossa procura vão ficando cada vez maiores: a moeda foi perdida dentro de casa, a ovelha foi perdida na região, mas, o filho se perdeu no mundo! Ou seja, o território da busca é infinitamente maior.

Jesus não detalha de onde veio a inspiração do filho que quiz ir embora. Seria dificuldade de relacionamento em casa? falta de diálogo com o pai? brigas com o irmão mais velho? ou, cilada do inimigo que está sempre espreitando a família para destrui-la? Talvez fosse mesmo o desejo, a intuição, o instinto pecaminoso de "conhecer o mundo", "ter minha própria experiência", ou até a arrogância de pensar que em sua casa "ninguém sabia de nada" e que ele iria mostrar a todos "como se vence na vida sem precisar ficar ouvindo essas chatices dentro de casa"!

O rapaz foi embora, o dinheiro acabou, os "amigos" sumiram, a fome, o frio e a miséria chegaram, trazendo consigo o ácido corrosivo que destrói a personalidade e derrete a motivação: a depressão.

O pai nunca perdeu a esperança de resgatar o filho sem juízo. 
E, a cada amanhecer, procurava sinais de que o filho ao menos continuava com vida. Até que o filho "tornou em si" (versículo 17). 
O filho, naturalmente, estava "fora de si", desatinado, sem estrutura emocional nem psicológica para levar uma vida normal. Também não sabemos se aquela família era normal. Mas, chegando ao fundo do poço, em meio a um turbilhão de pensamentos negativos, sua mente recebe a luz de uma lembrança do passado em família. (Provérbios 22.6). Ele começa a analisar a realidade da sua casa, os ensinos recebidos, as palavras do pai, os valores da mãe. Veio à tona  até o conceito de bom patrão que era seu pai, visto pelo tratamento humano e correto dispensado aos empregados. 

Chegou a hora do retorno e o rapaz toma uma atitude: vou me levantar e partir em busca de um reencontro com meu pai. Note que a motivação dele era apenas a sobrevivência (versículo 17): lá em casa até os empregados têm fartura enquanto eu, aqui, estou morrendo de fome.

"E, levantando-se, foi para seu pai" (versículo 20):
 - Ninguém levanta por conta própria. Precisamos de uma força maior. É quando o Espírito Santo entra em ação, derramando sobre nós a graça divina. E nesse momento que retomamos o juízo normal e conseguimos enxergar o ambiente da Casa do Pai e reconhecer que é lá o nosso lugar.

O pai cumpre o propósito que havia colocado no coração desde o dia em que o filho foi embora: 

  • Restaura a dignidade do filho dando-lhe o perdão antecipado (versículo 20), 
  • Dá-lhe roupas novas (Salmo 51);
  • Restaura a aliança (anel na mão);
  • Dá-lhe sandálias (Efésios 6.15), para que seus estejam seguros no Evangelho.                                                                                                     
O Pai, naquele momento, reconheceu que o inimigo não era o filho, mas, o maligno. E que toda as dificuldades que temos a enfrentar dentro de casa, com o nosso círculo familiar, têm uma única e conhecida origem: o reino das trevas. Qualquer pessoa da família que age contra nós, assim como esse rapaz, "está fora de si". (Efésios 6.10-19).

O versículo 24 termina com uma frase emblemática: "E começaram a alegrar-se". Essa deve ser a nossa atitude em casa. Tendo em vista que vivemos uma guerra espiritual permanente, enfrentamos fatos que a todo instante nos entristecem. Mas, o exemplo aqui é inspirador: assim que a tristeza vier rondar a nossa casa, vamos começar a nos alegrar. Não vamos alimentar o círculo vicioso da tristeza. Vamos interrompe-lo sempre começando a nos alegrar. Porque a alegria do Senhor é a nossa força. (1° Reis 1.40; 1° Crônicas 12.40; 16.27; Neemias 8.17; Ester 9.22; Salmos 51.8,12; 59:16; 97.11; João 16.20, 22; Neemias 8.10). Faça esse propósito, de hoje em diante: Não importa o que acontecer, eu me alegrarei no Deus da minha salvação. 
Habacuque 3:
17 Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado;
18 Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.
19 O Senhor Deus é a minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as minhas alturas. 

O filho mais velho se revoltou (v. 28). 
Mas, a alegria já havia começado. 
Com isso, o pai teve paz para enfrentar o novo problema. Argumentou com firmeza, mostrou-lhe a nova realidade. Reafirmou a sua condição de filho e herdeiro (v.31). E, por fim, evidenciou que a base do Reino do Céu é a maravilhosa e interminável Graça do Senhor, manifestada na busca incessante do desviado (ovelha), do perdido (moeda) e do ingrato (filho). E que a alegria é a fonte geradora da motivação permanente e indispensável para tocarmos nossa vida e missão de resgate:(v.32) - porque era justo nos alegrarmos e festejarmos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; estava perdido e foi achado.  

Luz do Mundo, Sol da Justiça

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Nascer do Sol em Mato Grosso do Sul